Parei pra pensar na vida, ou melhor, resolvi enxergá-la. Vi cada arranhão, cada ferida aberta, cada corte, cada pedacinho de mim que clama por cura. Confesso, não gostei do que vi. Não sei ao certo o porquê desse descontentamento. Talvez seja em função do desestímulo que vez ou outra bate na porta de todo mundo, ou quem sabe a realidade nua e crua que resolveu, sem minha autorização, fazer-se presente.
Para ser bem sincera, a resposta agora pouco me interessa. Só de pensar em buscá-la sinto preguiça. Viram? Preguiça! Não gosto de ter preguiça. Preguiça leva a comodismo, que leva a inércia, que, por sua vez, deságua no NADA.
Além de preguiçosa, descobri-me óbvia demais. E o pior: óbvia para mim. Onde estaria minha capacidade de surpreender-me? Surpreender aos outros pouco importa, queria mesmo é ser tomada pela sensação de realizar algo inesperado, sentir meus olhos saltarem de surpresa e questionar, finalmente: ‘Regina, como você pôde fazer isso?’.
O próprio ato de escrever me pareceu óbvio. Após ler alguns textos meus, diante do papel percebi que sigo uma espécie de roteiro: palavras bonitinhas que culminam numa mensagem sobre o que é a vida, sobre o que é o amor e mais meia dúzia de “blá blá blás” que agora realmente duvido possuírem alguma aplicabilidade prática.
A verdade é que me sinto uma adolescente oprimida, que veste preto e estampa no peito o rosto de Che Guevara. Uma adolescente tomada pela revolta diante de um mundo que sequer sabia existir e que, repentinamente, se vê fazendo parte dele.
Vamos lá, Regina! Pinte a cara! Saia às ruas! Grite. Vamos lá, Regina! Faça do “cale-se” de Chico o cálice que vai te embebedar de vida! Vamos lá, Regina! Faça jus a teu nome e reine absoluta! Levante, sacuda e poeira e dê a volta por cima! Vamos lá, Regina! Seja politicamente incorreta! Diga não ao que te chicoteia o espírito e te expõe a carne! Seja livre, Regina! Fale palavrão! Chute o balde e mande pra puta-que-o-pariu o que te faz triste! Vamos lá, Regina! Vamos...
[...] PAUSA, primeiro ato [...]
Eu fui.
[...] PAUSA, segundo ato [...]
Eu voltei.
Voltei após berrar meio mundo de “vá se foder”, após tomar porres e sentir o chão frio. Voltei depois de encher o cálice até boca, dar a cara a tapa e criar asas. Voltei suja de poeira e tonta de dar voltas. Voltei sangrando, mas pus fora o que me castigava. Voltei quando percebi que me surpreendi ao duvidar de mim, ao julgar-me menos do que sou, esbravejando serem minhas palavras poucos importantes, ser o óbvio erroneamente frágil. Voltei e “ME TROUXE” comigo.
Finalmente, agora, questiono: “Regina, como você pôde fazer isso?”
Para ser bem sincera, a resposta agora pouco me interessa. Só de pensar em buscá-la sinto preguiça. Viram? Preguiça! Não gosto de ter preguiça. Preguiça leva a comodismo, que leva a inércia, que, por sua vez, deságua no NADA.
Além de preguiçosa, descobri-me óbvia demais. E o pior: óbvia para mim. Onde estaria minha capacidade de surpreender-me? Surpreender aos outros pouco importa, queria mesmo é ser tomada pela sensação de realizar algo inesperado, sentir meus olhos saltarem de surpresa e questionar, finalmente: ‘Regina, como você pôde fazer isso?’.
O próprio ato de escrever me pareceu óbvio. Após ler alguns textos meus, diante do papel percebi que sigo uma espécie de roteiro: palavras bonitinhas que culminam numa mensagem sobre o que é a vida, sobre o que é o amor e mais meia dúzia de “blá blá blás” que agora realmente duvido possuírem alguma aplicabilidade prática.
A verdade é que me sinto uma adolescente oprimida, que veste preto e estampa no peito o rosto de Che Guevara. Uma adolescente tomada pela revolta diante de um mundo que sequer sabia existir e que, repentinamente, se vê fazendo parte dele.
Vamos lá, Regina! Pinte a cara! Saia às ruas! Grite. Vamos lá, Regina! Faça do “cale-se” de Chico o cálice que vai te embebedar de vida! Vamos lá, Regina! Faça jus a teu nome e reine absoluta! Levante, sacuda e poeira e dê a volta por cima! Vamos lá, Regina! Seja politicamente incorreta! Diga não ao que te chicoteia o espírito e te expõe a carne! Seja livre, Regina! Fale palavrão! Chute o balde e mande pra puta-que-o-pariu o que te faz triste! Vamos lá, Regina! Vamos...
[...] PAUSA, primeiro ato [...]
Eu fui.
[...] PAUSA, segundo ato [...]
Eu voltei.
Voltei após berrar meio mundo de “vá se foder”, após tomar porres e sentir o chão frio. Voltei depois de encher o cálice até boca, dar a cara a tapa e criar asas. Voltei suja de poeira e tonta de dar voltas. Voltei sangrando, mas pus fora o que me castigava. Voltei quando percebi que me surpreendi ao duvidar de mim, ao julgar-me menos do que sou, esbravejando serem minhas palavras poucos importantes, ser o óbvio erroneamente frágil. Voltei e “ME TROUXE” comigo.
Finalmente, agora, questiono: “Regina, como você pôde fazer isso?”
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