domingo, 8 de fevereiro de 2009

. mar ignorado .

Confesso que escrever é uma terapia. Por vezes, escrevo mirando certos olhos atentos...Determinadas palavras, invariavelmente são condicionadas.

Escrever é o território da minha liberdade, é quando me permito não apenas dizer, mas ser o que intimamente busco.

Não são todos que lêem o que escrevo...Minha vida é desinteressante. Pelo menos para os outros.
Quer saber? Isso em nada me importa. Eu escrevo para o mundo. Para o meu mundo. Assim descubro-me, ao menos tento, e, nas entrelinhas dos meus textos transpareço.

Não é sempre que belas canções alcançam ouvidos desatenciosos. Foi este o modo que encontrei para me partilhar com quem "ME LÊ".

Por vezes pareço cansativa e repetitiva, mas a vida também é! Alegrias, dores, amores e dissabores se repetem.

O mundo cada dia é menos mundo, aproxima-se da selvageria costumaz e cotidiana. Vivemos de sobressaltos, sustos, dúvidas.

O óbvio nos acena distante com mãos inquietantes. Apresento-lhes o ilógico do mundo!!!

Nosso país é de ameaças veladas, pessoas descompromissadas, poucos, para não dizer nenhum, adentram no enigma do que costumo chamar de moral.

Então, perguntam-me: Por que escrever? Eis a minha fuga, eis a minha única resposta.

Não compreendo por que de modo tenaz se evita a auto-identificação. Por que descobrir o outro e se descobrir tem que ser uma luta inglória?

Debruço-me sobre o mar do ignorado e vejo deslealdade e descompromisso com o semelhante. Vejo desalento e um otimismo exacerbado e pouco aconselhável. Não possuo respostas para o mundo, pois mergulho em indagações. Ainda acredito na decência e na moral.

Sonho com um país livre, sadio e sem a alma devastada. Sem as amarras da enfermidade dos homens e da ausência de sonhos.

Não procuro leitores para minhas palavras, nem entendedores de mim...minha busca é maior e talvez inalcançável. O prazer de INDIGNAR-ME com as doenças e fraquezas da vida ainda revigora. TENHO SANGUE CORRENDO NAS VEIAS!

O extremismo saudável e recompensador ainda me fornece e fortalece as idéias. Felizmente desconfio da sabedoria convencional e confronto o senso comum com perguntas. Muitas não me levam a nada. Outras, produzem respostas absolutamente surpreendentes.

"Eu sou mais forte do que eu"*. Busco quem sou...ainda não me achei. Até lá, permaneço perdida nas entrelinhas de uma história que, dia a dia, faço questão de escrever.

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei o post. Vc escreve muito bem. Temos que conversar sobre literatura. Depois de nos conhecermos, claro.;) Rodrigo Lima