“AdmirAMOR””
Durante a volta de uma viagem que fazia com uma amiga tive aquele tipo de conversa que ela como poucas sabe proporcionar. Os minutos passaram e sem que pudéssemos perceber já tínhamos chegado.
Falamos de banalidades do tipo: como me vestiria em seu casamento, gordura trans, sobre o “bico” da renda do seu vestido que por mais que me esforce não consigo lembrar o nome...Falamos sobre relacionamentos, sobre nossos planos e minha possível ida em definitivo para São Paulo, até chegarmos ao assunto que agora me proponho a escrever.
De antemão, aviso àqueles que estão lendo que poderá soar desinteressante e que em nada me frustrará o fato de não lerem o que tenho a dizer.
Nossas palavras giravam em torno dos valores que eu dizia acreditar. Discutimos o “porquê” de eu sempre permitir me apaixonar facilmente, de acreditar sem as precauções devidas em tudo que falam. Chegamos à conclusões diversas: eu ainda não conseguia enxergar que o mundo deu voltas, que as buscas das pessoas foram modificadas pelo incessante processo de TER. Poderia ser também por azar, tentando encarar a situação de modo simplista.
Recaímos na necessidade da ADMIRAÇÃO numa vida a dois. Admiração que precede o desejo, a beleza, capaz de sustentar por anos ou até o fim dos dias o que supostamente já foi amor. Então que minha amiga me falou algo bastante interessante: os casamentos de antes não surgiam do amor, do tesão. Casava-se para depois vir todo o resto. Descobriam após o “SIM” o que era amar, sexo, desejo. Os companheiros antes de amar as esposas, admiravam-nas. Enxergavam virtudes como fidelidade, respeito, amor incondicional, além da família como instituição.
Nada tão certo quanto o tempo! Que chegou e trouxe a tiracolo uma feminista com intenções revolucionárias, gritando aos quatro cantos que somos iguais aos homens, que mais importante que “sentimentalismos” é a postura segura que nós mulheres temos que ter diante da sociedade.
“Feministazinha Desgraçada!”
Não que eu ache que somos inferiores ou menos importantes, que direitos não devem ser igualmente concedidos ou respeitados. Mas diferentes somos sim! As indagações desse suposto feminismo (que de suposto não tem nada!) ecoaram equivocadamente de modo a distorcer valores. Esqueceu-se, assim, da percepção feminina dos sentimentos, do nosso jeito de amar e de falar de amor, dos sonhos e ideais românticos a nós tão peculiares.
A revolução feminista implantada transformou tudo isso em balela. Mulher hoje tem que ser, antes de mais nada, bonita, com a barriga sequinha, com neurose de gordura e profunda entendedora de suplementos alimentares. “Quem sabe assim me enxergam?!”, pensa. Mulher hoje tem que aprender a usar os homens, tem que parecer moderna e ser adepta do sexo casual. Só desta forma mostra, na verdade tenta, uma pseudo-independência do outro. Não pode ligar para dizer que tem saudade. Falar de sentimentos? Nem pensar. E de planos? Fora de cogitação. È o mesmo que dizer: “Dê-me um pé na bunda!”
Eu mesma já me disse baixinho: Desacredite no amor, ele definitivamente não existe!
Repito, quase aos gritos: “Feministazinha desgraçada!”
Conseguiu modificar a visão que os homens têm de nós.
Agora eles querem um braço de 40 cm para conseguir aquela “gostosa”. E as que têm cérebro (sem excluir as que têm cérebro e bunda)? Ficam onde? Respondo-lhes: devem estar nesse instante fazendo abdominais, morrendo de fome. Perguntando-se onde estará o problema ou quem sabe com o telefone em punho pensando em discar os primeiros números, dispostas a mudar sabe-se lá o quê em função de um fulaninho qualquer.
A gente acaba tendo que ser PSICÓLOGA, profundas entendedoras da alma masculina, das dúvidas, do medo que eles têm de nos fazer sofrer. NOSSA, COMO SÃO BONZINHOS!
“Feministazinha desgraçada!”, agora sim aos gritos.
Naquele dia acabei no domingo indo dormir indignada, até que durante minhas andanças para o Fórum, passei por dois policiais militares fardados que estavam recostados na passarela que dá acesso ao local. Eu vinha com pressa e pensando num amigo que precisava ir ver, mas sem querer detive-me no diálogo dos dois:
- Eu tenho que ver como faz para colocar essa segunda camada em banho Maria!
- É...e tem que ter cuidado com o chocolate também! Pra não perder o ponto.
Eu sorri. Vi ali a graça cotidiana tantas vezes difícil de enxergar pela correria, pelo excesso de compromissos e falta de tempo. Confirmei que de fato a inversão de valores e comportamentos que tanto falei aconteceu. Mas, ao contrário do que imaginei, não foi de todo mal. Restou-me um grãozinho de esperança na raça masculina. Pois do mesmo modo que existem “NARCISOS” imperfeitos em busca de uma perfeição inalcançável e olhando para o próprio umbigo, há também homens que dedicam seu tempo e suas palavras a um pedacinho do universo feminino, nem que seja por meio de uma receita e aquela conversa que ouvi alcançou ares de uma discussão de “filosofia culinária”.
Não tenho como apontar que tipo de comportamento aqueles homens tinham, se bons, se honestos, fieis, mas saibam que hoje creio que existem exceções.
Bobagem? Pode ser.Mas o suficiente para não soterrar por completo meu desejo de ser eu mesma sempre, com meus valores de antigamente e minhas buscas consideradas ultrapassadas. Eu continuo sim querendo ser uma velhinha amando meu velhinho, rodeada de netos, feliz, sentada em minha cadeira de balanço e com muita história pra contar.
Quanto ao banho-maria, isso é melhor que ELES descubram
Durante a volta de uma viagem que fazia com uma amiga tive aquele tipo de conversa que ela como poucas sabe proporcionar. Os minutos passaram e sem que pudéssemos perceber já tínhamos chegado.
Falamos de banalidades do tipo: como me vestiria em seu casamento, gordura trans, sobre o “bico” da renda do seu vestido que por mais que me esforce não consigo lembrar o nome...Falamos sobre relacionamentos, sobre nossos planos e minha possível ida em definitivo para São Paulo, até chegarmos ao assunto que agora me proponho a escrever.
De antemão, aviso àqueles que estão lendo que poderá soar desinteressante e que em nada me frustrará o fato de não lerem o que tenho a dizer.
Nossas palavras giravam em torno dos valores que eu dizia acreditar. Discutimos o “porquê” de eu sempre permitir me apaixonar facilmente, de acreditar sem as precauções devidas em tudo que falam. Chegamos à conclusões diversas: eu ainda não conseguia enxergar que o mundo deu voltas, que as buscas das pessoas foram modificadas pelo incessante processo de TER. Poderia ser também por azar, tentando encarar a situação de modo simplista.
Recaímos na necessidade da ADMIRAÇÃO numa vida a dois. Admiração que precede o desejo, a beleza, capaz de sustentar por anos ou até o fim dos dias o que supostamente já foi amor. Então que minha amiga me falou algo bastante interessante: os casamentos de antes não surgiam do amor, do tesão. Casava-se para depois vir todo o resto. Descobriam após o “SIM” o que era amar, sexo, desejo. Os companheiros antes de amar as esposas, admiravam-nas. Enxergavam virtudes como fidelidade, respeito, amor incondicional, além da família como instituição.
Nada tão certo quanto o tempo! Que chegou e trouxe a tiracolo uma feminista com intenções revolucionárias, gritando aos quatro cantos que somos iguais aos homens, que mais importante que “sentimentalismos” é a postura segura que nós mulheres temos que ter diante da sociedade.
“Feministazinha Desgraçada!”
Não que eu ache que somos inferiores ou menos importantes, que direitos não devem ser igualmente concedidos ou respeitados. Mas diferentes somos sim! As indagações desse suposto feminismo (que de suposto não tem nada!) ecoaram equivocadamente de modo a distorcer valores. Esqueceu-se, assim, da percepção feminina dos sentimentos, do nosso jeito de amar e de falar de amor, dos sonhos e ideais românticos a nós tão peculiares.
A revolução feminista implantada transformou tudo isso em balela. Mulher hoje tem que ser, antes de mais nada, bonita, com a barriga sequinha, com neurose de gordura e profunda entendedora de suplementos alimentares. “Quem sabe assim me enxergam?!”, pensa. Mulher hoje tem que aprender a usar os homens, tem que parecer moderna e ser adepta do sexo casual. Só desta forma mostra, na verdade tenta, uma pseudo-independência do outro. Não pode ligar para dizer que tem saudade. Falar de sentimentos? Nem pensar. E de planos? Fora de cogitação. È o mesmo que dizer: “Dê-me um pé na bunda!”
Eu mesma já me disse baixinho: Desacredite no amor, ele definitivamente não existe!
Repito, quase aos gritos: “Feministazinha desgraçada!”
Conseguiu modificar a visão que os homens têm de nós.
Agora eles querem um braço de 40 cm para conseguir aquela “gostosa”. E as que têm cérebro (sem excluir as que têm cérebro e bunda)? Ficam onde? Respondo-lhes: devem estar nesse instante fazendo abdominais, morrendo de fome. Perguntando-se onde estará o problema ou quem sabe com o telefone em punho pensando em discar os primeiros números, dispostas a mudar sabe-se lá o quê em função de um fulaninho qualquer.
A gente acaba tendo que ser PSICÓLOGA, profundas entendedoras da alma masculina, das dúvidas, do medo que eles têm de nos fazer sofrer. NOSSA, COMO SÃO BONZINHOS!
“Feministazinha desgraçada!”, agora sim aos gritos.
Naquele dia acabei no domingo indo dormir indignada, até que durante minhas andanças para o Fórum, passei por dois policiais militares fardados que estavam recostados na passarela que dá acesso ao local. Eu vinha com pressa e pensando num amigo que precisava ir ver, mas sem querer detive-me no diálogo dos dois:
- Eu tenho que ver como faz para colocar essa segunda camada em banho Maria!
- É...e tem que ter cuidado com o chocolate também! Pra não perder o ponto.
Eu sorri. Vi ali a graça cotidiana tantas vezes difícil de enxergar pela correria, pelo excesso de compromissos e falta de tempo. Confirmei que de fato a inversão de valores e comportamentos que tanto falei aconteceu. Mas, ao contrário do que imaginei, não foi de todo mal. Restou-me um grãozinho de esperança na raça masculina. Pois do mesmo modo que existem “NARCISOS” imperfeitos em busca de uma perfeição inalcançável e olhando para o próprio umbigo, há também homens que dedicam seu tempo e suas palavras a um pedacinho do universo feminino, nem que seja por meio de uma receita e aquela conversa que ouvi alcançou ares de uma discussão de “filosofia culinária”.
Não tenho como apontar que tipo de comportamento aqueles homens tinham, se bons, se honestos, fieis, mas saibam que hoje creio que existem exceções.
Bobagem? Pode ser.Mas o suficiente para não soterrar por completo meu desejo de ser eu mesma sempre, com meus valores de antigamente e minhas buscas consideradas ultrapassadas. Eu continuo sim querendo ser uma velhinha amando meu velhinho, rodeada de netos, feliz, sentada em minha cadeira de balanço e com muita história pra contar.
Quanto ao banho-maria, isso é melhor que ELES descubram
Um comentário:
Regina parabéns! descobri seu blog por acaso e amei!!! Será que você eh a new Martha Medeiros??
Parabens, continue escrevendo que eu vou lendo...
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