Ela estava sentada na grama verde e felpuda, com as pernas cruzadas e as mãos descasando sobre o chão atrás de seu corpo. Respirava devagar, parecia sentir necessidade do entrar e sair do ar em seus pulmões. O vento não era quente nem frio, tinha a temperatura que precisava para se sentir abraçada, o cheiro era bom. Inicialmente imaginou ser cheiro de flor e folha, misturadas numa salada de cores ou mesmo de terra molhada, mas concluiu ser cheiro de paz.
Tanto tempo não se sentia daquele modo. Seu corpo tempos atrás parecia um turbilhão infinito de sentimentos, de angústias intermináveis que lhe afastavam o sono todas as noites. Agora, via seus pedacinhos adormecendo.
Sem entender como, algo lhe dizia que, ao menos por enquanto, não era um sono eterno, e sim um sono de descanso, no qual cada músculo seu relaxaria por inteiro, seus olhos se fechariam sem pressa e o sonho seria de regozijo.
O gramado estava molhado e sentir a água tocando-lhe a pele a fez sorrir. Viu-se gente naquele instante, permitindo-se olhar intimamente e sem medo, aceitando o simples como presente. Para onde quer que se virasse não existiam obstáculos. Os pequeninos pontos de luz, de poeira, de umidade, de vida, tudo era perceptível para ela agora. Resolveu olhar-se, de dentro pra fora. Aqui e ali encontrou defeitos, mas ainda assim gostou do que viu.
Sempre foi sabedora que a perfeição era algo inalcançável até para os deuses, quiçá para ela! A verdade é que nunca a desejou, embora em sua bagagem carregue a certeza que fez tanto quanto pôde para ser o melhor para todos. Esqueceu, somente, de ser o melhor para si. Talvez por isso seu sono tenha se tornado tão inquieto e as asas que lhe deram para voar tenha usado de abrigo para quem desejava proteger.
Ao olhar a noite que se transformava em dia, sentiu-se um pouco crepúsculo também...mudando de cor, passando do escuro para o claro numa confusão de cores apaixonante, levantando-se devagar como o sol até alcançar as alturas. Lá de cima, ela sabia que tudo poderia ver mais facilmente. No entanto, não tinha pressa, pois entendia ser a vida como uma taça de vinho pronta a ser sorvida devagar. Bebê-la rapidamente lhe trouxe desequilíbrio e tantas quedas.
Ela não mais desejava andar tropeçando ou como uma artista circense que entretém o público ao caminhar numa corda bamba. Sonhava em ser a bailarina do espetáculo, dando rodopios alegres, sendo meio mulher, meio anjo. Ou quem sabe a trapezista, meio mulher, meio pássaro.
Deitou-se na grama gélida e confortável. Sentia-se em casa, deitada em sua cama. Aquele lugar era seu quarto, pensou, e o mundo sua moradia. Via as últimas estrelas irem descansar para dar lugar ao céu “azul cor dia” que se aproximava.
Fechou seus olhos.. Mais uma vez respirou, sentindo o cheiro da paz. Ali, adormeceu finalmente, em busca do seu inteiro...meio sono, meio sonho.
Tanto tempo não se sentia daquele modo. Seu corpo tempos atrás parecia um turbilhão infinito de sentimentos, de angústias intermináveis que lhe afastavam o sono todas as noites. Agora, via seus pedacinhos adormecendo.
Sem entender como, algo lhe dizia que, ao menos por enquanto, não era um sono eterno, e sim um sono de descanso, no qual cada músculo seu relaxaria por inteiro, seus olhos se fechariam sem pressa e o sonho seria de regozijo.
O gramado estava molhado e sentir a água tocando-lhe a pele a fez sorrir. Viu-se gente naquele instante, permitindo-se olhar intimamente e sem medo, aceitando o simples como presente. Para onde quer que se virasse não existiam obstáculos. Os pequeninos pontos de luz, de poeira, de umidade, de vida, tudo era perceptível para ela agora. Resolveu olhar-se, de dentro pra fora. Aqui e ali encontrou defeitos, mas ainda assim gostou do que viu.
Sempre foi sabedora que a perfeição era algo inalcançável até para os deuses, quiçá para ela! A verdade é que nunca a desejou, embora em sua bagagem carregue a certeza que fez tanto quanto pôde para ser o melhor para todos. Esqueceu, somente, de ser o melhor para si. Talvez por isso seu sono tenha se tornado tão inquieto e as asas que lhe deram para voar tenha usado de abrigo para quem desejava proteger.
Ao olhar a noite que se transformava em dia, sentiu-se um pouco crepúsculo também...mudando de cor, passando do escuro para o claro numa confusão de cores apaixonante, levantando-se devagar como o sol até alcançar as alturas. Lá de cima, ela sabia que tudo poderia ver mais facilmente. No entanto, não tinha pressa, pois entendia ser a vida como uma taça de vinho pronta a ser sorvida devagar. Bebê-la rapidamente lhe trouxe desequilíbrio e tantas quedas.
Ela não mais desejava andar tropeçando ou como uma artista circense que entretém o público ao caminhar numa corda bamba. Sonhava em ser a bailarina do espetáculo, dando rodopios alegres, sendo meio mulher, meio anjo. Ou quem sabe a trapezista, meio mulher, meio pássaro.
Deitou-se na grama gélida e confortável. Sentia-se em casa, deitada em sua cama. Aquele lugar era seu quarto, pensou, e o mundo sua moradia. Via as últimas estrelas irem descansar para dar lugar ao céu “azul cor dia” que se aproximava.
Fechou seus olhos.. Mais uma vez respirou, sentindo o cheiro da paz. Ali, adormeceu finalmente, em busca do seu inteiro...meio sono, meio sonho.
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