quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

. reinvenção .


Nasci na Bahia em 29 de setembro de 1982. Adoraria reviver meus 10 primeiros segundos de existência, meu contato com ar, com os braços de minha mãe, com aquilo que sem pedir me deram e chamaram de vida. Talvez assim soubesse qual foi minha primeira impressão sobre e mundo e poderia falar mais seguramente sobre quem sou. Detesto confissões e falar de mim seria confissão velada e paisagem exposta numa moldura que nem sempre condiz com a verdade. Posso fazer crer que sou mais, embora sabedora de ser menos, posso derramar sonhos e comportamentos que não são meus, parecendo ser politicamente correta, ainda que adepta das incorreções. Minha vida mora em minhas palavras, nas que digo e nas que silencio. saibam que é no meu silêncio que me encontro. Gestos falam, por isso neles me perco. O não fazer nada traz inquietude, mas aprendi que fazer demais atormenta. Não sou fiel seguidora da inércia, embora meu discurso pareça condizente com isso, mas acredito que aceitar o tempo de tudo exige de nós menos ação e mais crença na realização. Tenho 26 anos e todos os dias faço um esforço para esquecer minha idade, caso contrário seria difícil viver um dia de cada vez e reinventar-me. É reinventar-me sim! Pois o que o que é cada recomeço senão uma reinvenção? Dizem que sou engraçada, no entanto, a verdade é que sou feliz. E a felicidade é semente que aflora em forma de riso, por isso cultivo meu jardim. Há aqueles que falam que sou sentimental, denominação apropriada para quem acredita nos sentimentos. sei que o que tenho me basta, mas a insatisfação funciona para mim como estímulo. Ser insatisfeita é combustível que satisfaz minha máquina de sonhos. Acho que amei duas vezes. Esse achismo é porque tenho a idéia de que amor de verdade nunca acaba. Fui amada somente uma. Beijei de olhos apertados, senti borboletas na barriga e escolhi o nome dos meus filhos. Lembranças e planos que guardei numa caixinha chamada memória. Costumo me doar demais e acreditar em palavras bonitas. Preciso dizer quantas vezes me frustrei? Ainda assim busco ter uma atitude positiva diante da vida, sem tolher o que sinto. Sou péssima jogadora, por isso não jogo. Freqüentemente levo cartão vermelho, mas saio de campo com a camisa suada sabendo que o melhor de mim foi deixado ali. Detesto a sensação de pouca disponibilidade e compromisso que povoa as relações, mas continuo acreditando em príncipe encantado. E não me importo que ele venha de ônibus ou a pé, desde que possamos caminhar juntos. Nada pra mim é sintético, gosto de longuidão. Conversas longas, cartas intermináveis, amores intensos. Mas, também sei dar um ponto final. Não sei dosar palavras, mas se quiser me silenciar somente me abrace. Sou um amontoado de somas, divisões, elementos. Sou um amontoado de interrogações, de vírgulas, reticências. ..Sou um ponto cego para tantos olhos que esquecem que sou aquilo que não se vê, pois sou o que habita do lado de dentro.

Um comentário:

brunoo disse...

a eu gostei muito bjs